Há
pelo menos cinco boas razões para que não
compremos animais silvestres: a ilegalidade, o estímulo
ao tráfico, a perda da biodiversidade, os maus
tratos ao animal, e o risco de transmissão de doenças.
Quando mencionamos as doenças infecciosas transmissíveis
naturalmente entre os animais vertebrados e o homem, e vice-versa,
estamos falando das zoonoses. Estas são as mais estudadas,
tendo em vista o risco que representam para a população
humana. No país encontramos nas principais cidades
os Centros de Controle de Zoonoses que, normalmente, têm
sua atuação voltada à prática
no controle das zoonoses que envolvem animais domésticos
como cães e gatos, e sinantrópicos como roedores
e insetos, a exemplo da raiva, leptospirose e leishmaniose.
No que tange os animais silvestres merece destaque os trabalhos
realizados com os morcegos, devido a sua importância
na transmissão da raiva, doença letal, que,
quando não tratada a tempo pode atingir qualquer
mamífero, inclusive o homem.
Sendo a raiva uma doença para a qual não existe
tratamento após o aparecimento dos sintomas, todos
os esforços estão voltados à sua prevenção
e controle.
Com relação às doenças que acometem
outros animais silvestres como os primatas, araras, papagaios,
pássaros, jabotis e cobras, normalmente encontrados
domiciliados, há pouco conhecimento e nenhuma atuação.
Lembramos que a maioria dos animais silvestres comprada
no comércio ilegal foi recentemente tirada da natureza.
Mesmo sem apresentarem sinais aparentes de doenças,
não significa que estão sadios, mas, podem
estar em fase de incubação ou serem portadores
de alguma enfermidade.
Considerando que boa parte dos animais vem a óbito
após a compra e não são encaminhados
para necropsia, exame que poderia esclarecer a causa da
morte, dificilmente se pode afirmar que essa não
se deu por motivo de doença contagiosa, ainda que,
para cães, gatos, eqüino e o próprio
homem.
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